A criação de jogos é um exercício de raciocínio e criatividade, porque exige, ao mesmo tempo ou sucessivamente, criação, solução de problemas e planejamento inteligente. Sabendo em que contexto o jogo vai ser utilizado (escola, empresa, entretenimento), podemos definir estilos e características.

Princípios da criação de jogos

A ideia base é a essência da criação de um jogo. Ela pode gerar um bom enredo ou pode surgir de um enredo qualquer. Mas, vai exigir o desenvolvimento de um enredo próprio. E o princípio da criatividade é deixar a mente brincar com os aspectos e características do jogo, até que se chegue aos elementos essenciais para uma proposta. Podemos criar muitas ideias e ir colocando no papel. Uma delas pode ser a escolhida para ser desenvolvida de acordo com os interesses de criação e produção.
 
O enredo é uma primeira forma dessa ideia que se sustenta numa narrativa, a base do imaginário humano, que consiste em uma sequência de eventos que se sucedem. Os desenhos nas cavernas, passando pelos mitos e lendas de todos os povos, os sonhos dos seres humanos, passando pelos gêneros de contar histórias, até os produtos midiáticos da atualidade, todos têm como pano de fundo a narrativa. A mente humana constrói o mundo por narrativas.
 
O jogo é uma sucessão de eventos, que pode ser simples ou complexa e que se desenrolam em determinado espaço, durante o decorrer de um tempo, baseado em regras e objetivos a serem alcançados. Pode ser um jogo de mesa ou tabuleiro (Dominó, Jogo da velha, Damas, Xadrez), um jogo presencial em um ambiente real (Barra bandeira, Dinâmica de grupo) ou um jogo eletrônico, nas ambiências virtuais de um computador (Tétris, Paciência, Final Fantasy).

Desenvolvimento do jogo

Definida a ideia e seu enredo básico, e definido o tipo de jogo em seu contexto de uso, passamos a pensar nas suas interações e seus conteúdos. Por isso precisamos imaginar as matrizes comuns a todos os jogos e seus fluxos de ação: um tabuleiro pode ser um mapa ou modelo de um ambiente; os movimentos das peças são as atividades dos elementos ou dos personagens. Tudo isso é guiado pelo objetivo do jogo, que vai estabelecer suas mecânicas e sua jogabilidade. A mecânica é composta pelo conjunto de regras estabelecidas para proporcionar as interações que o jogador terá com o jogo. E isso gera uma jogabilidade, que vem a ser a mecânica central e que, se modificada, muda a característica principal do jogo e desvia seu sentido inicial.
 
Definidos esses aspectos fundamentais, partimos para o game design, escolhendo formas e padrões, cores e texturas, constituição de ambientes e personagens, dentro do contexto para o qual foi criado.

Atração e aceitação do jogo

Durante esse processo de criação, devemos pensar na experiência agradável e divertida que o jogo vai fornecer aos jogadores. A narrativa e os elementos do jogo devem permitir uma identificação dos jogadores e proporcionar a possibilidade de imersão, quando o jogador esquece a realidade a sua volta, para participar de algo prazeroso e cheio de possibilidades de atuação.
 
Um bom jogo mostra-se gratificante pelo relacionamento que gera antes, durante e depois de ser jogado, porque faz parte do universo imaginário das pessoas e da sua cultura, podendo estimular a imaginação, o raciocínio, a criatividade, tanto pelo seu caráter cooperativo ou competitivo.