Postado em: 14 de maio, 2020.
Fanorona é um jogo de estratégia e captura proveniente de Madagascar, muito parecido com vários outros jogos que usam as peças nas interseções e não no meio dos quadrados. Era usado em práticas divinatórias e bastante popular entre pastores. Os antigos habitantes da ilha utilizavam-no para criar boas relações com seus vizinhos e havia a tradição dos monarcas receberem seus convidados com uma partida do jogo.
Acredita-se que foi criado em 1680, tornando-se o jogo nacional de Madagascar. Existem relatos de que, quando as tropas francesas invadiram a capital do país, Antananarivo, em 1895, a população e a própria rainha, Ranavalona III, estavam mais concentrados em uma partida entre especialistas de estratégias de defesa. Segundo Luiz Dal Monte Neto, na Revista Superinteressante, de outubro de 2016, os malgaches acreditavam que jogo apontariam um caminho para a vitória com mais precisão que os chefes militares. Porém, a ilha acabou dominada, a monarquia foi abolida e a rainha passou a viver no exílio.
Exemplares mais estilosos e antigos de Fanorona, em mármore e madeira
Originário de outro jogo conhecido como Alquerque, Fanorona destaca-se pelo seu peculiar método de captura de peças à distância, por aproximação ou por afastamento. É jogado com 22 peças claras e 22 peças escuras. O tabuleiro tem 45 casas configurado por 9 x 5 fileiras.
Jogos desse tipo foram compartilhados por diversas culturas ao longo dos séculos, gerando pequenas variações nos tabuleiros, nos números de peças ou mesmo no modo de jogar, com regras que se identificavam com a percepção de cada povo. E cada uma dessas variações permitem uma configuração nova de embate e estratégia.
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