Postado em: 1 de janeiro, 2020.
Estratégias de estudo e expressão para os desafios da universidade.
Ser estudante universitário significa confrontar-se com novas exigências e formas de avaliação para as quais, geralmente, não se está preparado. Isso implica que você será instigado por diferentes professores e seus intrincados métodos de cobrança. Portanto, aprender a aprender e aprender a estudar são posturas essenciais ao desenvolvimento de estratégias metodológicas para lidar com a aquisição e construção de conhecimentos, dos mais simples aos mais complexos, para ser bem-sucedido nos estudos acadêmicos.
Ao utilizar o método da gamificação e com ajuda da Ludosofia você pode desenvolver estratégias, a partir das suas próprias características de aprendizagem, para enfrentamento e superação dos desafios acadêmicos.
Metodologias de gamificação e visão da Ludosofia
Embora o termo “gamification” tenha surgido em 2002, por ideia do programador inglês Nick Pelling, ao propor que os conceitos de mecânicas dos games poderiam ser aplicados aos contextos da realidade para incentivar as pessoas a resolverem problemas, sabemos que é uma prática tão antiga quando a própria humanidade.
Os gregos antigos simulavam as guerras nos seus jogos olímpicos e o pensamento computacional construído nos últimos séculos teve como base, jogos de tabuleiro existentes ou games criados para seu desenvolvimento. E desde 2010, o conceito de gamificação é utilizado por empresas do mundo inteiro para simular operações e proporcionar um aprendizado mais efetivo por parte de seus funcionários.
A Ludosofia, por sua vez, demonstra que a essência dos jogos permite uma metaforização do mundo, não apenas de forma operacional, mas pela percepção das virtudes que levam às aptidões e vocações intrínsecas a cada um de nós. São muitas as possibilidades existentes nos jogos, desde a criatividade de criação deles para atender a necessidades de aprendizado, até o desenvolvimento do pensamento lógico e racional para o desempenho de atividades sistematizadas.
Como funcionam no contexto acadêmico
Em princípio, não se trata de transformar a vida acadêmica em um jogo, pois isso seria reduzir as possibilidades de ação a modelos algorítmicos. Mas, sim, perceber que os jogos revelam padrões operacionais e comportamentais existentes na vida em sociedade e intrínsecos à natureza humana. Com essa consciência, podemos desenvolver modelos de procedimentos e práticas adequadas às nossas necessidades de ação e superação de dificuldades, provenientes das disciplinas e das avaliações.
As nossas ações, que incluem nossas omissões, são provenientes das decisões pautadas pelas nossas atitudes. E estas, por sua vez, dependem da forma como vemos o mundo. Por isso, a simples crença de acreditar que é possível realizar determinada tarefa difícil, coloca a nossa mente em movimento: se existe uma maneira de fazer, posso descobrir como. São esses tipos de posturas que os jogos permitem exercitar e aprender, mas, principalmente, mentalizar e utilizar como metáforas com as quais a nossa mente constrói o conhecimento do mundo.
No contexto da vida universitária, primeiro é importante que a vocação diante do curso escolhido seja confirmada no decorrer dos primeiros semestres, a fim de que, como estudante, você tome gosto pela profissão que pretende ter, podendo enfrentar as dificuldades e os desafios, como sendo pertinentes à formação acadêmica. Somente a paixão pela descoberta e pela qualificação pessoal proporcionam a motivação necessária para superar as adversidades.
Dito de outro modo, o estudante que desenvolve logo cedo as estratégias de assimilação dos conteúdos e respostas aos diferentes critérios de avaliação dos professores, começa se identificar com o curso – os resultados dependem da forma como sua mente investe em si mesma para se tornar mais apto e mais competente; o esforço e o treinamento deixam de ser sacrifícios, para se tornarem hábito e disciplina. E mesmo quando tudo parece difícil e exaustivo, há sempre uma pontinha de satisfação por estar vivo no jogo, por estar a caminho de fechar uma partida simulada pela academia, para começar outra no mercado profissional.
Assim, as suas perguntas imediatas devem ser: como aprender a aprender, e aprender a estudar? Como criar tais estratégias metodológicas de estudo? A primeira questão diz respeito ao modo como você processa o seu aprendizado; a segunda, por sua vez, à maneira como aborda o conhecimento das disciplinas e responde as exigências dos professores. Igualmente a qualquer esporte, quem não desenvolve as habilidades pessoais necessárias, não consegue corresponder às exigências do jogo: se o corpo e a mente não forem devidamente habilitados, você não conseguirá proceder corretamente diante das tarefas a serem cumpridas.
Aprender a aprender e aprender a estudar
Todos nós, seres humanos, temos três formas de aprender: por imitação, por tentativa e erro ou quando alguém ensina. Desde a mais tenra infância até a vida adulta, a criança imita os pais, os irmãos, as pessoas em volta; ela tenta e erra; tenta de novo e de novo até aprender; ao mesmo tempo em que está sempre sendo ensinado pelos pais, pela escola, pelos livros, pelos mais experientes.
O problema é que na fase da adolescência para a vida adulta, o próprio estudante reduz as suas formas de aprender. Não quer observar e imitar os melhores, tem medo de errar e ser ridicularizado, evita perguntar para não descobrirem que ele não sabe. A velocidade de aprendizado diminui drasticamente e a experiência vai ficando camuflada pela superficialidade das aparências.
Aprender a aprender significa questionar constantemente a forma de aquisição do conhecimento: como posso aprender mais e melhor? Quais são as maneiras mais eficazes de adquirir o conhecimento e organizá-lo na mente? Diante do tempo curto e dos recursos que tenho, qual a melhor maneira de acessar e apreender o conteúdo a ser estudado?
O principal segredo é a motivação. Essa não cai do céu, mas é criada pelas nossas necessidades, pelos sentimentos que vivenciamos: um misto de descoberta de como fazer melhor e dos proveitos que se pode tirar do aprendizado. Conheci aluno que não gostava de estudar determinado assunto, mas que descobriu que tinha prazer em ensinar esse mesmo assunto a quem tinha mais dificuldades de assimilá-lo. Ou seja, aprendia cada vez mais o tema todas as vezes que tinha de ensinar os detalhes, descobrindo junto com o aprendiz, aspectos que ainda não tinha percebido. Outro aluno que não gostava de ler e reler os textos escritos, aprendeu que podia gravar o assunto e em vários momentos ouvir a sua voz repassar o conteúdo. Acabou, também, por melhorar a própria oratória ao treinar pronúncia e entonação das palavras e frases, no momento em que estavam sendo gravadas.
A mente se abre para o desconhecido de diferentes maneiras. Além do texto a ser estudado é preciso transformá-lo em esquemas, quadros e gráficos. O modo de visualização é mais rápido porque permite, para além da decoreba de componentes, a percepção dos padrões que compõem um mapa. A memória trabalha com links e faz conexões o tempo todo, quer seja por fluxo e padrão de informações, que seja por narrativas. As histórias são a base do inconsciente humano e o motor de toda a civilização. Imagine uma narrativa para todo e qualquer conteúdo que está estudando e nunca mais o esquecerá.
Existe uma conexão muito profunda entre a mão que escreve e o cérebro que processa o conteúdo escrito. Se você escolher escrever à mão ao invés de usar o computador, vai aprender de fato, afinal, quando o ser humano usava as mãos para criar artefatos de caça, por exemplo, desenvolvia a linguagem articulada que originou a fala. Há uma retroalimentação poderosa nessa relação, bem como, cada vez que pronunciamos em voz alta aquilo que queremos aprender: dizemos para os outros e dizemos para nós mesmos o produto do aprendizado, que é imediatamente reprocessado no cérebro.
O que ocorre quando aprendemos em conjunto, trocando ideias e discutindo com pessoas do nosso convívio é a constante reação química em nossa mente, com a articulação de neurônios movidos pelas emoções: dialogar, argumentar, ensinar, questionar são maneiras intrinsecamente humanas de evoluir o pensamento e desenvolver a habilidade de uma aprendizagem mais dinâmica. A mente humana desenvolve-se espantosamente na interação com outras mentes humanas, e muito devagar, quando sozinha, fechada em si mesma.
Estratégias metodológicas de estudos
Quais são as características dos jogos de tabuleiros, desde os mais antigos aos atuais eurogames, que nos servem, na forma de padrões, como analogias para os nossos empreendimentos pessoais e acadêmicos? Durante o percurso universitário de disciplinas, projetos e pesquisas a serem cumpridas, você precisa lidar com decisões difíceis; se não tiver uma estratégia de ação e não estabelecer metas a serem alcançadas, no prazo e com os recursos de que dispõe, o resultado pode ser o fracasso em exames e trabalhos mal feitos, reprovação em disciplinas e atraso de semestres.
Como nos jogos mais complexos, você precisa ter objetivos claros, porém, com uma metodologia flexível, que permite ajustes no decorrer da sua execução. Há práticas que só se aprende jogando, assim como existem habilidades que somente descobrimos, experimentando, errando e corrigindo. Como dizem os grandes empreendedores, o fracasso está mais perto do sucesso, do que as desculpas de nem sequer tentar para não errar.
Nesse contexto vale a constatação de que, conhecer o oponente e seu modo de ação é crucial. Por mais esforçado e estudioso que você seja, se não souber como será avaliado, o que exatamente requer cada questão de uma prova, como o professor vai cobrar e o que ele espera como resposta, dificilmente se sairá bem. Nesse caso, o professor é um oponente no sentido positivo; porém, geralmente os alunos que se saem mal, sentem-se injustiçados diante do esforço e quanto mais reclamam da situação ou do professor, menos descobrem em si mesmo, por que se deram mal.
As primeiras providencias de um estudante esperto consiste em saber qual o estilo de cobrança do professor, como ele costuma elaborar e aplicar as provas ou mesmo, como quer que os alunos expressem o conhecimento: serão provas de perguntas e respostas? Serão seminários em sala de aula? Serão artigos científicos? Consultar o próprio professor e, ainda, consultar os que foram estudantes dele em períodos anteriores é providencial. É preciso descobrir o que o professor espera de você, o que ele considera a sua melhor resposta.
Nesse sentido, assim como nos esportes coletivos tradicionais, nos embates em jogos de mesa ou tabuleiro individual, cada jogador procura conhecer o adversário, a maneira como ataca e como age na partida; depois desenvolve os exercícios e as táticas apropriados para responder da forma certa. Por analogia, vemos que na vida universitária os padrões não são diferentes, por isso relatamos alguns exemplos, para inspirar sua própria maneira de lidar com as diferentes situações a serem vivenciadas:
1) Diante do conhecimento de que o professor costuma fazer provas de perguntas e respostas, a partir de um conteúdo que ministrou, textos de livros ou artigos que apresentou, você pode organizar seu estudo, fazendo uma leitura básica e simulando a elaboração de uma prova ou de um jogo do tipo Quiz. Imagine-se como se fosse o professor ou o produtor de um jogo: que questões podem ser feitas a partir de cada parágrafo? como essas questões podem ser elaboradas de modo a cobrar o conteúdo do texto? Ao elaborar esse jogo de perguntas e depois procurar responder as questões, conferindo-as com o material usado, geralmente você se permite descobrir que muitas das perguntas já feitas na simulação, coincidem com as da prova.
E se essas questões forem feitas em grupo, entre você e seus colegas? Você prepara questões para seus parceiros e recebe deles muitas outras diferentes das suas. Nesse caso, ocorre uma varredura maior de todo o conteúdo, e o esforço de estudo será no sentido de responder o que o professor espera de vocês. Para responder às questões, monte com os demais participantes uma espécie de programa de Quiz; recortem as perguntas, formem grupos, estabeleçam, inclusive, premiações se for oportuno. Com muita diversão, o aprendizado será facilitado para todos.
2) Entretanto, que você descobre que o professor vai avaliar os alunos a partir de seminários no qual cada um deve apresentar sua parte, oralmente. Não adianta nada estudar todo o assunto mentalmente, com leituras silenciosas, porque, ao tentar explicar, relatar ou argumentar, as palavras podem não sair corretamente devido aos entraves de pronúncia, inflexão e entonação. Nesse caso é fundamental que você estude em voz alta, faça leituras exaustivas para si mesmo. A ideia é organizar o conteúdo em painéis ou slides e procurar repassar o assunto como se estivesse diante de uma plateia, simulando o seminário ou ainda, diante dos colegas.
Treinar a articulação da boca, da língua e dos maxilares é essencial à pronúncia certa; utilizar gestos que ajudam na entonação das palavras é um ato próprio e intrínseco da espécie humana desde a antiguidade, pois, como já dissemos, existe uma relação direta entre gesticulação e linguagem. Ao mesmo tempo em que é preciso treinar a intenção de cada frase: é uma afirmação ou uma negação? Uma simples pergunta ou uma ironia? Quanto mais claro isso for, melhor o resultado e sabe por quê? Porque na comunicação pessoal o importante não é só o que você diz, e sim, o resultado que você obtém com o que você diz.
Procure ficar na frente do espelho para se observar e corrigir certos cacoetes ou manias da fala; também grave sua apresentação com seu celular e depois, assista para corrigir detalhes de posturas. Não adianta querer usar expressões rebuscadas e sobre as quais não tem domínio, isso vai sempre parecer artificial.
Você precisa ser natural, respirar várias vezes, antes e durante a apresentação, para oxigenar o cérebro, afinal este utiliza 25% do ar que é inspirado e quando a tensão dos ombros impede a respiração, a falta de oxigênio provoca brancos na memória. Além disso, você precisa ter consciência de que, o nervosismo é um processo natural a todos nós, por mais experientes que sejamos. É o organismo ativando os hormônios para o corpo executar a tarefa, processando a energia emocional a ser canalizada para fora, junto com o conteúdo que beneficiará as pessoas que o estão ouvindo.
Neste momento, vale uma máxima do Zen Budismo para situações como esta: “saiba quem você é e seja o que você sabe”, nem mais e nem menos. Você é um estudante que está demonstrando o aprendizado, e o conhecimento que você tem para ofertar é sua contribuição naquele momento.
3) Porém, imaginemos que você descobriu que o professor vai exigir de cada aluno a elaboração de um trabalho científico no final da disciplina. A primeira coisa a fazer é aprender em que consiste um bom trabalho científico: ele tem uma forma e um conteúdo que precisam estar equilibrados. Um bom conteúdo em um texto mal elaborado e formatado não vale muito porque sugere desleixo; assim como um artigo bonitinho e bem organizado, sem conteúdo suficiente, também não garante boa avaliação.
Por sua vez, você deve ter em mente que não se trata apenas de atender a uma demanda do professor para fazer um trabalho e obter a nota. Mas, de estar inserido em um contexto mais amplo, o de fazer Ciência, e isso exige um processo completo de estudo e pesquisa: investigar e assimilar o conhecimento; refletir e ser crítico desse conhecimento; organizar e expressar o seu posicionamento de forma científica. Esse texto deve ser feito com a consciência de que será proveitoso para outros estudantes pesquisadores. E se for elaborado com o rigor das normas de pesquisa, garantirá a você credibilidade e reputação para ser publicado.
São muitas as revistas acadêmicas que encontramos na internet e das quais podemos baixar artigos para verificar seu formato e a organização do seu conteúdo. Também é fácil encontrar orientações metodológicas para produção de trabalhos científicos. Um bom trabalho científico tem começo, meio e fim: uma introdução que apresenta o assunto, explicita os objetivos do artigo e mostra os procedimentos metodológicos usados para se chegar aos resultados; uma fundamentação teórica ou revisão de literatura que mostra que aquele assunto vem de outras fontes e outras pesquisas, com explicitação de conceitos e teorias por parte de vários autores que precisam ser citados, seguida de uma abordagem pessoal do assunto. Nessa análise se insere a metodologia: como foram coletados os dados da pesquisa, que tratamento receberam, qual o aporte teórico usado, ou seja, as contribuições de autores e teorias para ajudar a entender o objeto de estudo analisado por você; e por fim, as considerações finais, que são desdobramentos da análise: quais as implicações do que você analisou, que contribuições podem proporcionar, qual a repercussão na área etc.
Não se deve esquecer que todo trabalho científico precisa ter um tópico chamado de referências: nessa parte devem constar todos os autores consultados, com nomes, títulos dos trabalhos, lugar, editora e ano. Existem diferentes especificações para esses registros, conforme demonstra a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Mas, a modelização de trabalhos de qualidade sempre ajuda a conferir a maneira certa de organizar esse tópico. Um bom modelo a ser observado e comparado é a maneira mais rápida de se aprender a desenvolver o seu próprio trabalho.
Uma dica muito importante nesse contexto: sempre que possível, peça a colegas para lerem seu trabalho antes de entregá-lo, ao mesmo tempo em que faça a leitura do trabalho deles. Costumamos ver mais facilmente as correções a serem feitas nos trabalhos dos outros do que nos nossos. Essa troca de leituras beneficiará a todos.
O ser humano, já disse um filósofo, é essencialmente técnica: para cada problema desconhecido, é sempre possível desenvolver uma maneira de enfrentá-lo e superá-lo. Desde os gregos antigos, a humanidade aprendeu a criar métodos e metodologias para saber mais e melhor sobre tudo o que nos cerca; é disso de que é feita a nossa inteligência: da capacidade de aprender ou criar maneiras novas de superação dos desafios. Afinal, conforme a sabedoria popular, onde há problemas, há solução.
Preparando-se para o jogo decisivo
O ambiente de faculdade e universidade é como um jogo mais extenso: começamos bem devagar, conhecendo o movimento das peças, as regras e procedimentos. E, na medida em que as partidas vão ficando complexas, somos instigados a desenvolver posturas e habilidades apropriadas. Nosso sucesso depende dessas posturas: como encaramos os desafios? Quais são nossas aptidões e como podemos melhorá-las para superar as dificuldades?
Temos um cérebro que é capaz de ensinar a si mesmo; de treinar a si mesmo. Ele coloca os questionamentos e ele mesmo procura respondê-los. Tudo depende, primeiro, da nossa crença de que somos capazes; segundo, da abordagem que vamos adotar na prática. Quanto mais puder simular suas capacidades e exercitar suas possibilidades de ação, mais rapidamente você avançará na sua formação.
No jogo das experimentações, vencer ou fracassar são meras simulações em que, o que mais importa é o aprendizado, o acúmulo de experiências, a capacidade de gerar opções e alternativas. O raciocínio é uma capacidade importante da mente humana: é o processo cognitivo natural de busca de compreensão e aprendizado; mas a criatividade é um estado de espírito. Abrir a mente ao diferente, usar a imaginação e trazer elementos que a lógica não pensou é surpreendente.
Por fim, o mais importante do aprender é aprender a aprender. Saber tirar proveito da capacidade de aprender, saber estudar utilizando-se de todas as maneiras e ferramentas que o próprio cérebro nos dá. Estar ciente de que cada problema é antes de tudo uma oportunidade de exercitar a mente para descobrir ou criar uma solução. Como sempre dizemos em sala de aula: profissional bom não é aquele que não erra, mas aquele que erra quando pode errar como aprendiz, para não errar quando não deve errar nas horas decisivas.
Um pouco da Ludosofia
Muitas dessas posturas e procedimentos são encontradas no contexto da Ludopedagogia e da Gamificação, porém, a Ludosofia propõe uma consciência maior sobre todo esse processo, vislumbrando nos jogos, não apenas esse caráter instrumentos e operacional. Os jogos incorporam teorias importantes, como as teorias dos fractais e do caos – não por acaso existe a teoria dos jogos, muito usada na economia, por exemplo. As conexões ocultas, de que tanto fala o físico Fritjof Capra, entre os sistemas que regem o universo e a vida humana, são metaforizadas pelos jogos, com a vantagem de que estes permitem o exercício pleno da ética, das virtudes e da busca por uma ordem que se projeta na construção e desconstrução das nossas percepções de mundo.
O intuito da Ludosofia é que o jogo permita aprendizados muito mais profundos do que o simples exercício mental e corporal, porque nele o fracasso é tão importante do que a vitória, bem como, saber perder e saber ganham são duas faces de uma mesma moeda: a virtude. Na verdadeira do jogo, todos se divertem, todos aprendem e todos só têm a ganhar.