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Ming Mang: tradicional jogo estratégico dos monges tibetanos

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Postado em: 19 de novembro, 2020.    

Esse jogo oriental possui um tipo de captura mais complexo, exigindo maior habilidade estratégica. Trata-se do jogo abstrato dos antigos monges tibetanos, cujo nome, Ming Mang é um termo para designar a palavra “jogo”, mas pode ser traduzido também como “muitos olhos”, uma possível analogia às peças e à necessidade de uma visão ampla da partida por parte dos jogadores. O jogo também é conhecido por outros nomes: Mig Mang, Mi Mang, Gundru, Gun-dru. Tem referências aos jogos chineses Go e Reversi, mas nenhum historiador conseguiu identificar qual deles influenciou os outros.

 

Ming Mang era um jogo popular entre famílias aristocratas e muito praticado pelos monges do Tibet, até serem expulsos pela invasão chinesa de 1950. Quando os monges passaram a se refugiar em diversos lugares do mundo, levaram o jogo consigo, disseminando-o para outros povos e culturas, tendo que fazer adaptações para se aproximar dos tabuleiros do ocidente.

 

Historiadores como R.C. Bell e David Parlett, especialistas em jogos de tabuleiro, registraram esse jogo em livros com o nome de Mig Mang, que era tradicionalmente jogado em um tabuleiro de 17 x 18 pontos de interseção, bem como em um tabuleiro de Go, com 19 x 19. Porém, no ocidente a versão mais utilizada é chamada de Ming Mang e tem por prática o tabuleiro de 8 x 8 linhas e colunas, com peças colocadas nas casas e não nas interseções.

 

Um aspecto curioso dessa adaptação do jogo em sua versão oriental para a versão ocidental, mais simples e prática: no tabuleiro de 17 x 18 pontos, cada jogador recebe suas 34 peças de cores diferentes. São colocadas 17 peças de cada um nas interseções laterais opostas, deixando as outras 17 de fora, e na medida em que as peças de um jogador são capturadas, saem do tabuleiro para serem substituídas no mesmo ponto, pelas peças do oponente que as capturou. Na versão ocidental, porém, utiliza-se um tabuleiro tradicional de Damas, em que 14 peças são colocadas igualmente nas bordas opostas, mas dentro dos quadrados das casas, não precisando ter peças extras fora do jogo. A peculiaridade está no fato das peças terem cores diferentes em ambos os lados, bastando que, na captura, elas sejam viradas e passem a mostrar a cor da peça do jogador que as capturou.

 

Vale anotar que as capturas são realizadas de modo parecido aos jogos chinês Reversi e Go: um alinhamento de peças de um jogador quando cercadas pelas peças do oponente são viradas para a cor de quem as capturou. Há possibilidade de capturas múltiplas mesmo quando peças adversárias estão separadas umas das outras, bastando que sejam cercadas em um único lance.
 

No primeiro diagrama acima, um peça preta sobe, conforme seta vermelha, por entre três peças brancas, que serão capturadas e viradas, tornando-se pretas. No segundo diagrama, a brancas ganham o jogo por terem 10 peças e 17 casas cercadas (total de 27). Mesmo com peças a mais (19) as pretas têm menor território no total (25).


 
O objetivo do jogo é igual ao dos demais jogos de tabuleiro: capturar todas as peças do oponente ou imobilizá-lo para que não consiga mais realizar nenhum movimento. Porém, tal qual o Go, são contadas as casas vazias que estão sob controle de um jogador, para fazer parte da pontuação final.

 

Como é um jogo de movimento e não de posicionamento (as peças já começam posicionadas para serem movimentadas, e não, inseridas para ficarem estáticas), pode haver empate quando uma peça fica em um espaço protegido por outras de sua cor, movendo-se sem poder ser interceptada.
 

 
Baixe o tabuleiro com as regras, clicando em:

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