Postado em: 13 de setembro, 2020.
Um símbolo do Antigo Egito, a Flor da Vida, intrigou Da Vinci, encantou, cabalistas, esotéricos e virou jogo de tabuleiro contemporâneo. A complexidade de suas linhas permite que duas pessoas se divirtam numa disputa pela busca por padrões que parecem pirâmides, diamantes, estrelas, ampulhetas entre outras imagens. O desenho em forma de mandala nos convida a desvendar o universo em forma de fractais.
O Da Vinci’s Challenge tornou-se um jogo nas mãos de Paul Micarelli, em 2004, que se apropriou da representação gráfica do símbolo já existente e desenvolveu uma mecânica na qual dois jogadores disputam, fragmento a fragmento, a formação de imagens padrão contidas nas linhas de sua representação. Porém, o desenho é conhecido desde a antiguidade, sendo encontrado nas duas colunas que sustentam o Templo de Osíris, em Abydos, no Egito, cuja data remonta ao período entre 4.000 e 12.000 anos a. C.
Desenhos quase apagados da Flor da Vida no Templo de Osíris, Egito.
Considera-se o exemplar mais antigo da Flor da Vida, o que foi encontrado nos Palácios do rei Assírio Assurbanípal, e que hoje consta do acervo do Museu do Louvre, em Paris. Para além desses dois lugares antigos, a representação existe na arte fenícia do século IX a. C., nas artes milenares do Japão, da Turquia, da Índia, bem como em países distintos como, Peru, Hungria, Austrália, México entre outros.
A Flor da Vida, denominada desde muito tempo como geometria sagrada é composta por sete círculos simétricos, sendo um no centro e seis em torno deste. E dentro de suas configurações encontram-se diversas representações religiosas, esotéricas, cabalistas etc. São estruturas conhecidas como, a Semente da Vida, o Ovo da Vida, o Fruto da Vida e a Árvore da Vida. Cabalistas do século XIII, na França realizaram uma interpretação geométrica do símbolo e conseguiram organizar o alfabeto hebraico em determinada ordem, usando o desenho.
Seu conjunto de estruturas fez com que Leonardo da Vinci, em pleno período da Renascença, século XV, realizasse vários estudos matemáticos que resultou em muitas de suas representações, entre elas o famoso Homem Vitruviano. Está representação baseia-se nos livros do arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio, intitulado “De Architetura”, no qual constam proporções do corpo humano que foram redescobertas por Da Vinci.
Porém, por se tratar de uma matriz facilmente encontrada na internet, é possível imprimir a Flor da Vida em preto e branco e, ao invés de peças para formação dos padrões, os jogadores podem utilizar duas canetas de cores diferentes. Cada jogador, na sua vez, pinta uma das pequenas estruturas do desenho, na tentativa de formar, pelo conjunto de pinturas, uma das imagens que permitem determinada pontuação. Cabe ao outro jogador, não apenas impedir essas formações para garantir o surgimento das imagens de sua cor. No final, pela tabela de formas e pontuação, verifica-se o vencedor.
Acima, com base no site Board and Pieces, as imagens que podem ser configuradas pelos padrões das linhas entrecruzadas contidas na Flor da Vida, com suas respectivas pontuações. E a seguir, uma matriz com desenho e regras que normatizam a atividade lúdica.
Baixe o tabuleiro com as regras, clicando em: