Postado em: 10 de março, 2019.
Cartas de baralho, dominó, xadrez e damas são exemplos de antigos jogos que podem ser revigorados com a recriação de regras, como se fossem novos jogos em que se aproveita tabuleiro e peças. É o que propõe o livro Jogos velhos, regras novas, de dois professores da Faculdade de Ciências, de Lisboa.
Essa possibilidade de recriação de jogos deixa claro que, embora regido por regras pré-determinadas, trata-se de sistemas que permitem a recombinação dos mesmos elementos existentes, de forma inventiva. Conforme anunciam os autores, João Pedro Neto e Jorge Nuno Silva, logo na introdução: “As regras dos jogos praticados pelas diversas culturas não foram ditadas por constrangimentos de qualquer espécie, são expressão da mais genuína criatividade humana”.
Como demonstram os autores, o baralho de cartas, por exemplo, é provavelmente o mais incrível sistema de jogo inventado pelo ser humano, permitindo uma grande variedade de combinações. Os chineses foram pioneiros na produção de papel para ser usado como cédulas de dinheiro, com símbolos de moedas de ouro impressos nelas, o que deve ter dado origem ao baralho de jogar com o naipe de ouro, assim como aos primeiros dominós, então feitos de cartas.
Porém, muito além do rearranjo e desenvolvimento de novos jogos, a proposta da obra também consiste em demonstrar como esses sistemas de jogos são essenciais ao ensino da matemática, com a demonstração de inúmeros exemplos.
São catalogados e demonstrados uma variedade de jogos recriados por especialistas de vários países, entre eles, o Abstract, do reconhecido historiador inglês David Parlett, que estudou jogos de cartas e jogos de tabuleiro, e autor de The Oxford History of Board Games (1999).
O livro Jogos velhos, regras novas tem edição em língua portuguesa, e foi publicado pela Clássica Editora em 2010, podendo ser encontrado facilmente no Brasil.