Devido à pandemia, professora de Ribeirão Preto cria jogo de tabuleiro para facilitar aprendizagem de matemática envolvendo toda a família. Diante da necessidade de adaptação das aulas de reforço escolar pela internet, a professora Adriana Ezequiel percebeu que seria mais criativo utilizar um jogo que ensinasse matemática, com possibilidade de envolvimento dos pais e dos alunos em seus momentos de reunião familiar.

 

Adriana é professora de matemática do Marista Escola Social Irmão Rui, que atende gratuitamente crianças e adolescentes em Ribeirão Preto, São Paulo. A professora notou a necessidade das crianças se sentirem como se estivessem no ambiente de sala de aula e isso a motivou na criação do jogo. A iniciativa faz parte do projeto Redescoberta, que busca novas maneiras de ensinar a disciplina de matemática. Os alunos da rede de ensino receberam o kit do jogo, juntamente com um material de aprendizado que vem sendo distribuído quinzenalmente pelo projeto.

 

A ideia estrutural do jogo é bastante prática: usa as regras de jogos do tipo dominó ou jogo da memória para resolver operações como multiplicação, adição e para resolver frações. O jogo serve de reforço às aulas online, facilitando o aprendizado dos alunos. Segundo Adriana: “A ideia é entender que a matemática está presente em muitos momentos da nossa vida, e de uma forma divertida aprender as operações que vão acompanhá-los em muitos anos de estudo”.
 

 
Além de servir como material didático, o jogo também integra os pais nas atividades dos alunos de maneira lúdica. É o que comenta Maira Sousa, mãe da estudante Sabrina Vitória, do 5º ano, que participou do processo de aprendizado através do jogo com sua filha: “Muitas coisas mudaram na forma de ensinar, eu não tive a oportunidade de terminar meus estudos, então junto com ela, aprendemos muito também”.

 

O jogo mostrou-se eficaz em sua proposta, porque além de integrar as atividades de ensino dos alunos com seus familiares, conseguiu ajudar aqueles que têm dificuldade na matéria, como revelou a estudante Sabrina: “Não é minha matéria favorita, eu demoro mais para entender, mas com esses jogos, a gente nem sente, fica muito mais divertido de aprender”.

 

A iniciativa da professora Adriana reveste-se de maior importância quando sabemos que grande parte dos alunos brasileiros não dispõem de acesso à internet e tampouco de assistência de ensino domiciliar. Nesse contexto, jogos de tabuleiro os mais diversos estão contribuindo com uma base de aprendizado de conhecimentos e habilidades que, sem eles, estariam perdidos.

 

A reportagem foi publicada em outubro de 2020 pelo Observatório do Terceiro Setor, uma agência de notícias com foco em temas sociais e direitos humanos. Pode ser conferida na integra no endereço da agência:
 
Observatório do Terceiro Setor
 
Imagens: divulgação