Postado em: 12 de junho, 2020.
Mais uma história real em que o jogo de xadrez leva uma criança pobre da África a salvar sua família da miséria. Perseguidos por serem cristãos na Nigéria, em 2017, os pais de Tanitoluwa Adewuni foram forçados a deixar sua terra natal por causa dos terroristas do Boko Haram e conseguiram chegar à Nova York, onde receberam ajuda de um pastor local, que os encaminhou a um abrigo de sem-teto. Logo o menino se revelou um talentoso enxadrista e com apenas 8 anos de idade já alcançou grandes conquistas nos competitivos campeonatos de xadrez americano.
Talento no xadrez, Tani quer ser grão-mestre
Uma vez nos Estados Unidos, os pais de Tanitoluwa conseguiram matriculá-lo em uma escola de ensino fundamental da região, a Escola Pública 116, oportunidade em que ele foi apresentado ao jogo de tabuleiro. O garoto imediatamente se interessou pelo jogo e quis entrar no clube de xadrez da escola. Contudo, o clube possui taxas de entrada para custear inscrições em torneios, viagens e manutenção.
Segundo reportagem publicada no New York Times, após a mãe de menino, Kayode Adewuni, solicitar a entrada ao clube por e-mail explicando a situação da família, o supervisor local de xadrez cobriu as taxas, e ele pode iniciar sua carreira no esporte. Tani, como é chamado o garoto, participou do seu primeiro torneio em 2018 com a menor pontuação do ranking. Depois de apenas um ano, o jovem novato no xadrez levou 7 troféus consigo, o que impressionou seus treinadores graças à dedicação e ao talento, resultando em um rápido progresso na sua carreira.
Tani conta com os pais e o irmão mais velho para seguir jogando xadrez
Em 2019, Tani competiu no 52º Campeonato Escolar Anual de Nova Iorque, ganhando o evento sem nenhuma derrota. Ficou bastante conhecido pelo seu estilo agressivo de jogo, impressionando seus treinadores depois de uma jogada em que ele sacrificou um bispo por um mero peão. Apesar de ser uma jogada arriscada, os treinadores de Tanitoluwa simularam a situação num programa de xadrez e foi comprovado que aquele era o melhor lance possível. Sua vitória atraiu uma enorme atenção da mídia e o garoto foi bastante elogiado até por importantes campeões da modalidade.
Apesar dos pais de Tanitoluwa não jogarem xadrez, eles apoiam o filho no esporte da melhor maneira que podem. Sua mãe o leva para sessões de treino nas comunidades, seu pai empresta seu laptop todas as noites para Tani poder treinar e sempre vão torcer por ele nos torneios. Apesar do seu talento, Tani enfrentou muitas dificuldades por não ter um lar e ser imigrante, chegando até a sofrer bullying. Mas isso não o impediu de seguir em frente, procurando se concentrar no seu treino para os torneios nacionais e diante do sonho de se tornar um futuro mestre de xadrez.
O pequeno nigeriano é um exemplo de como o jogo é para todos e que o talento pode ser descoberto e desenvolvido por pessoas de qualquer condição social e cultural. Por causa de sua destreza excepcional, seus treinadores levantaram uma campanha de financiamento para Tani, que chegou a arrecadar um alto valor. Agora, Tani e sua família possuem um lar modesto; decidiram doar uma parte do valor arrecadado para a igreja que os acolheu e outra para criar uma fundação de ajuda a imigrantes africanos, que estão na mesma situação que os Adewuni enfrentaram.
A história de Tanitoluwa Adewuni está nas mãos de um estúdio de cinema e o garoto já tem sua própria biografia em livro, lançada em abril de 2020. O jovem campeão local de xadrez continua subindo no ranking e seguindo na sua jornada, com grande possibilidade de se tornar o mais jovem grão-mestre de xadrez.
Para ler as reportagens completas visite os jornais:
The New York Times
The Epoch Times